Características dos gêneros romance, novela, conto e minirromance

Um jovem lendo à luz de vela, obra de Matthias Stom (1615-1649).
Um jovem lendo à luz de vela, obra de Matthias Stom (1615-1649).

Neste artigo, você vai saber qual é a diferença entre romance, novela e conto. Também vai descobrir o que é um minirromance. Além disso, vai conhecer alguns exemplos desses gêneros textuais. E você que gosta dos conteúdos do site Literatura!, conheça também os livros de seu autor. É só clicar aqui.

Qual é a diferença entre romance, novela e conto?

Em primeiro lugar, é preciso dizer que o conceito de novela é algo característico da literatura brasileira. Não se vê essa classificação nem em países de língua inglesa, como os Estados Unidos, nem em países de língua espanhola, como a Espanha. Além disso, há uma dificuldade teórica em se definir satisfatoriamente esse gênero.

A diferenciação entre romance, novela e conto mais aceita pela crítica é aquela que diz que o romance é uma narrativa longa; o conto, uma narrativa curta; e a novela, uma narrativa com dimensão intermediária entre esses dois outros gêneros. Mas não sabemos exatamente qual é o limite entre um conto e uma novela, nem o limite entre uma novela e um romance.

Porém, eu, autor deste artigo que você está lendo, prefiro chamar minhas narrativas que não chegam a ser um romance, nem se configuram em um conto, de “minirromances”. Mas você vai saber mais sobre isso no próximo tópico.

Conheça o romance: Ted Gray.

Como surgiu o minirromance?

Que eu saiba, não há, ainda, uma teorização do que seria um minirromance. Mas vejo tal gênero como um substituto da chamada “novela”. Ou melhor dizendo, como uma mudança de nomenclatura. Assim, os livros chamados de novelas, acredito, deveriam ser chamados de minirromances.

Não sei qual foi o primeiro minirromance nacional, mas penso que O alienista, de Machado de Assis (1839-1908), é um dos primeiros minirromances brasileiros. Essa obra é definida, por alguns críticos, como novela, e, por outros, como conto. Tal livro, com muita ironia, critica o cientificismo que predominava no século XIX.

Bonecas de pano é um tríler experimental.

Meu primeiro minirromance foi o livro Bonecas de pano, que, em sua primeira edição, era dividido em capítulos. Mas, na segunda e terceira, assumiu outra estrutura. Não posso chamar essa obra de romance, devido à sua dimensão. Ela é estruturada como um romance; porém, um romance reduzido, isto é, um minirromance.

Exemplos de romance, novela, conto e minirromance

Romances:

  • Senhora, de José de Alencar.
  • Quincas Borba, de Machado de Assis.
  • Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto.
  • Macunaíma, de Mário de Andrade.
  • Capitães da areia, de Jorge Amado.
  • Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa.
  • Ciranda de pedra, de Lygia Fagundes Telles.
  • Feliz ano velho, de Marcelo Rubens Paiva.

Novelas ou minirromances:

  • Noite na taverna, de Álvares de Azevedo.
  • A hora da estrela, de Clarice Lispector.
  • Ninguém escreve ao coronel, de Gabriel García Márquez.
  • Pela noite, de Caio Fernando Abreu.
  • Vermelho amargo, de Bartolomeu Campos de Queirós.
  • Os Wagner, de Warley Matias de Souza.

Contos:

  • A escrava, de Maria Firmina dos Reis.
  • Pílades e Orestes, de Machado de Assis.
  • Frederico Paciência, de Mário de Andrade.
  • O grande passeio, de Clarice Lispector.
  • Aqueles dois, de Caio Fernando Abreu.

Então, você quer conhecer o meu minirromance mais recente? É só ler o livro De passagem, de temática homoerótica.

Leia também este livro: Arte, literatura e política.

Referências

CLAVER, Ronald. Uma pitada de poesia em cada dedo de prosa: cartilha do escrever. Belo Horizonte: RHJ, 2009.

GOULART, Audemaro Taranto; SILVA, Oscar Vieira da. Introdução ao estudo da literatura. Belo Horizonte: Lê, 1994.

Este artigo foi escrito por: Warley Matias de Souza.