O banquete, de Platão

O banquete de Platão.
O banquete de Platão — editora L&PM.

Neste artigo, você vai saber quem foi o filósofo grego Platão. E conhecer a história de seu livro O banquete. Essa famosa obra clássica fala do amor e da atração entre homens e mulheres, homens e homens, mulheres e mulheres. Dessa forma, o amor platônico se mostra universal. E você que gosta dos conteúdos do site Literatura!, conheça também os livros de seu autor. É só clicar aqui.

Quem é o filósofo grego Platão?

Platão nasceu, aproximadamente, em 424 a. C., em Atenas, e morreu em 347 a. C., na mesma cidade. Ele teve uma educação típica de um homem livre ateniense: artes, leitura, escrita e ciências. E foi discípulo de Sócrates. Mas não se sabe exatamente quando ele conheceu esse filósofo grego.

Após a morte de seu mentor, Platão, com vinte e oito anos, foi viver em Mégara, juntamente com outros discípulos de seu mestre. Desse modo, passou a ser conhecido pela difusão de pensamentos na área da matemática e da filosofia, além de seus famosos diálogos, como A República e O banquete.

Com aproximadamente quarenta anos, Platão, durante uma viagem à Itália, conheceu seu grande amigo Díon (408-354 a. C.), um rapaz de vinte anos e cunhado de Dionísio I (432-367 a. C.), o tirano de Siracusa. Mais ou menos nessa época, juntamente com um grupo de matemáticos, Platão fundou a Academia, onde, em 367 a. C., Aristóteles (384-322 a. C.), o mais famoso discípulo de Platão, decidiu estudar.

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Qual é a história do livro O banquete de Platão?

Um conhecido aborda Apolodoro na rua e quer saber dele o que aconteceu no jantar na casa de Agatão, onde fizeram discursos sobre o amor. Assim, Apolodoro conta que Sócrates estava a caminho do banquete quando encontrou Aristodemo e o levou com ele. Ali estavam, também, Pausânias, Aristófanes, Eurixímaco e Fedro.

É Eurixímaco que propõe que façam discursos em louvor ao deus Amor. Então, Fedro é o primeiro a fazer o elogio ao Amor. Depois, Pausânias toma a palavra. Eurixímaco é o próximo. Logo vem Aristófanes, e seu discurso é um dos mais famosos de O banquete. Por isso, merece destaque.

Segundo ele, no passado, a natureza humana não era a mesma. Havia três gêneros: o masculino, o feminino e um terceiro chamado de “andrógino”. Todos os humanos tinham o dorso redondo, quatro mãos e quatro pernas, dois rostos opostos semelhantes em tudo, quatro orelhas, dois sexos. Os seres do gênero masculino eram descendentes do Sol; do gênero feminino, da Terra; e os que tinham ambos os gêneros, da Lua.

Desenho de Leonardo da Vinci (1452-1519).

Porém, um dia, esses humanos se rebelaram contra os deuses. Então, para os enfraquecer, Zeus decidiu dividir cada um em dois. A partir de então, cada ser humano busca sua outra metade. A divisão do andrógino gerou o desejo entre pessoas de sexos opostos. Já a do ser masculino, o desejo entre homens. E a do feminino, o desejo entre mulheres.

Em seguida, Agatão faz seu discurso, para depois dar a palavra a Sócrates, que apenas repete o discurso sobre o amor que um dia ouviu de uma mulher chamada Diotima. E quando Sócrates termina de falar, o jovem e embriagado Alcibíades chega ao banquete e se sobressalta ao ver o seu amado.

Então, Alcibíades faz o famoso elogio a Sócrates. Diz o quanto o filósofo tem a capacidade de atrair a atenção com suas palavras. E confessa que os discursos de Sócrates o levaram a se apaixonar por ele, discursos que fazem seu coração bater e suas lágrimas escorrerem.

Segundo Alcibíades, Sócrates está sempre ao redor dos belos jovens. No entanto, não tem consideração por quem é belo, rico ou tenha título de honra. Muito pelo contrário, parece desprezar tais pessoas. Para Sócrates, nada disso vale. Assim, a beleza de Alcibíades não é suficiente para atrair o filósofo.

Alcibíades esteve a sós com ele, e esperava ser tratado como a um bem-amado, mas isso não aconteceu, Sócrates se foi e o deixou sozinho. O jovem fez de tudo para seduzir o homem, mas não conseguiu. E se mostra magoado ao relatar a rejeição de Sócrates, por quem parece ainda estar apaixonado.

O homoerotismo na obra O banquete de Platão

O homoerotismo é um traço importante em O banquete de Platão. Entre os convivas, não há mulheres, mas apenas homens, reunidos para comer, beber e discursar. A única personagem feminina é Diotima, que aparece no relato de Sócrates e, segundo ele, o instruía nas questões de amor.

Como se sabe, o desejo homoerótico era bem-visto na Grécia antiga. Dessa forma, a declaração de amor de Alcibíades em relação a Sócrates não é recebida com estranheza, mas com o interesse de todos e a ironia do filósofo, que, por algum motivo, não parece se encantar pelo belo e apaixonado rapaz.

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Referências

NAILS, Debra. A vida de Platão de Atenas. In: Hugh H. Benson & cols. Platão. Tradução de Marco Antonio de Ávila Zingano. Porto Alegre: Artmed, 2011. p. 17-27.

PLATÃO. O banquete. Tradução de Donaldo Schüler. São Paulo: L&PM, 2009.

Este artigo foi escrito por: Warley Matias de Souza.