O Romantismo do século XIX, uma literatura de entretenimento

A liberdade guiando o povo, obra do pintor romântico Eugène Delacroix.
A liberdade guiando o povo, obra do pintor romântico Eugène Delacroix.

Neste artigo, você vai conhecer o Romantismo do século XIX, descobrir onde surgiu esse estilo de época e quais são as suas principais características. Também vai saber quais são os principais autores do Romantismo no Brasil. E você que gosta dos conteúdos do site Literatura!, conheça também os livros de seu autor. É só clicar aqui.

Onde surgiu e quais são as características do Romantismo do século XIX?

O Romantismo foi um estilo de época que vigorou durante parte do século XIX. E o fato histórico que inspirou o surgimento desse movimento artístico e literário foi a Revolução Francesa, em 1789, que trazia o lema que nortearia a visão romântica: “Liberdade, igualdade, fraternidade”.

No entanto, o nacionalismo romântico teve origem na Alemanha, e seu principal representante é Goethe. A crítica social, na França, e seu principal autor é Victor Hugo. Já a perspectiva gótica, na Inglaterra, como demonstra o romance Frankenstein, de Mary Shelley.

Assim, de forma geral, o Romantismo do século XIX apresenta as seguintes características: nacionalismo, subjetivismo, teocentrismo, morbidez, idealização do amor, idealização da mulher, individualismo, culto à liberdade, melancolia, enfim, a expressão exagerada de sentimentos e emoções. E tal apelo emocional deu à literatura romântica, nessa época, um caráter de entretenimento.

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Quais são as características do Romantismo no Brasil?

  • Romance indianista: nacionalismo, a selva é o espaço da narrativa, indígena heroico, teocentrismo, reconstituição do passado histórico, idealização do amor e da mulher.
  • Romance urbano: estilo de vida do herói burguês, o Rio de Janeiro é o espaço da narrativa, amor e mulher idealizados, caráter melodramático, obstáculo à realização amorosa, final feliz.
  • Romance regionalista: o interior do Brasil é o espaço da narrativa; aspectos da cultura do homem do campo, brutalizado pelo meio em que vive; descritivismo; amor e mulher idealizados.

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  • Poesia da primeira geração: nacionalismo, indianismo, teocentrismo, idealização do amor, da mulher e da natureza selvagem.
  • Poesia da segunda geração: ultrarromantismo; caráter byroniano; morbidez; mulher idealizada, pálida e doentia; amor idealizado; culto à morte e ao sobrenatural; pessimismo; egocentrismo; melancolia e tédio (combinação conhecida como “mal do século”); fuga da realidade.
  • Poesia da terceira geração: crítica social; menor ou nenhuma idealização da realidade; sentimento amoroso não platônico, pois há a realização do desejo; caráter abolicionista; uso de exclamações, interrogações e hipérboles.

E, além da poesia e da prosa, o Brasil também contou com o teatro romântico. Assim, o gênero dramático permitia que os ideais românticos chegassem também àquelas pessoas que não sabiam ler. Nesse contexto, foram produzidas peças de caráter histórico e de temática social. Mas o que fez sucesso mesmo foi a comédia de costumes.

Autores do Romantismo brasileiro e suas principais obras

  • José de Alencar: Iracema, Senhora, Lucíola e O demônio familiar.
  • Joaquim Manuel de Macedo: A Moreninha, A luneta mágica e A carteira de meu tio.
  • Manuel Antônio de Almeida: Memórias de um sargento de milícias.
  • Visconde de Taunay: Inocência.
  • Maria Firmina dos Reis: Úrsula.
  • Franklin Távora: O Cabeleira.
  • Gonçalves Dias: Canção do exílio e Os timbiras.
  • Álvares de Azevedo: Noite na taverna, Lira dos vinte anos e Macário.
  • Casimiro de Abreu: Meus oito anos.
  • Fagundes Varela: Vozes da América.
  • Castro Alves: O navio negreiro.
  • Sousândrade: O guesa.
  • Martins Pena: O noviço.

Principais autores do Romantismo europeu

  • Alexandre Dumas — francês.
  • Camilo Castelo Branco — português.
  • Johann Wolfgang von Goethe — alemão.
  • José Zorrilla — espanhol.
  • Lord Byron — inglês.
  • Victor Hugo — francês.

Então, que tal ler o minirromance Benjamin e Nicolau e me dizer se ele foge da realidade como faziam os romances românticos?

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Referência

ABAURRE, Maria Luiza M.; PONTARA, Marcela. Literatura: tempos, leitores e leituras. São Paulo: Moderna, 2005.

Este artigo foi escrito por: Warley Matias de Souza.